17 de abril de 2019

Preconceito

Jornal O Estado do Maranhão

O Maranhão, governado pelo PCdoB, quer de qualquer maneira implantar, na área conhecida como Península, um projeto de instalações portuárias, sem ouvir, como manda a lei, seus moradores. Ante a reação à ideia, milicianos do partido foram à internet, a fim de insultar, difamar, caluniar e intimidar seus moradores e quem mais se atrever a contestar o autoritarismo vigente, por rejeitarem, os moradores, com enfática maioria, os efeitos deletérios do tal projeto. A tropa, com a baba elástica do ódio, ameaçou invadir a Península, até. E assim, comunidades quilombolas e outras recebem aqui toda a proteção devida aos cidadãos brasileiros. Não a comunidades dos “porcos capitalistas”, como a nossa.

Depois do mandarinato esquerdista no Brasil, de 16 anos, época em que as pessoas de baixa renda eram doutrinadas por esse bando a ver automaticamente quem não é pobre como mau e ladrão, chamar-nos de porcos capitalistas, chavão leninista, é consequência natural da doutrinação, não sendo de surpreender a existência de um clima de insegurança como esse de agora no Estado. Quem não for pobre é ladrão, a mente comunista enferma grita.

Comunistas, sempre que assumiram o poder, usaram da intimidação, da mentira, da meia verdade, do amoralismo para subjugar cidadãos livres. Aqui não ocorrerá tal comportamento deprimente, porque o Maranhão ainda é parte do Brasil, um país democrático. O comunista Stalin tentou fazer com o povo da Ucrânia, a república de terras mais férteis da União Soviética, para a produção de alimentos, a coisa mais doentiamente cruel que se pode fazer com um povo: matá-lo por privação de alimento, em meio a sua abundância. Quase conseguiu. Milhões pagaram pela desobediência ao ditador. Aqui não haverá desobediência, pois nestas terras nunca houve ditadores.

Mas qual a razão do projeto ser deletério?

O número de passageiros que transitam hoje entre Alcântara e São Luís, entrando ou saindo pela Península, é de, aproximadamente, 7.500 militares do CLA. Outros 12.000, civis, o fazem pela Praia Grande. Não falo de mercadorias, só de pessoas. Passariam a transitar por aqui 100.000 passageiros, nenhum pela Praia Grande. Se isso não causar grandes e graves impactos de todo tipo, que exigirão a elaboração de estudos ambientais e de impacto na vizinhança, então não sei o que poderá causar. Imaginem a pressão sobre as vias públicas, ao passar por elas, em milhares de veículos, 100.000 passageiros por mês. Mais, ainda, as ruas não podem ser alargadas, pois a Península está entre o mangue e o mar, numa estreita faixa de terra.

Não obtivemos da agência governamental encarregada da implantação informação alguma sobre estudo nenhum. Eles existem? A realização da licitação e início das obras já foram anunciadas, mas a agência nunca dialogou com os moradores nem forneceu documentos com esclarecimentos. Sinal de que não deseja dar explicações.

Esta comunidade, como qualquer outra de São Luís, de qualquer status social, merece ter seus direitos respeitados. Não é mais; contudo, não é menos do que outras, pobres ou não. Se se levam em consideração, como devem ser levados, os direitos dos pobres, por que não se levariam os de gente de classe média? Os moradores querem ser ouvidos e o serão, acreditamos. Assim a lei determina. Os direitos e as leis são para todos. Para poucos, é curvar-se a tentativas de intimidação. Temos consciência das eventuais represálias.

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