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Bem da pátria

Jornal O Estado do Maranhão Saddam Hussein, o chefão do Iraque, é uma figura conhecida no mundo todo. As pessoas pensam nele apenas como um sujeito mau, com um bigode no estilo Stálin, que vive aterrorizando o povo iraquiano, com a prática de tiro ao alvo, ou melhor, de tiro à oposição.  Mas, como as agências de notícias internacionais, em especial as americanas, vivem dizendo, ele vai além disso. É a própria encarnação de Satanás na Terra, já que suas forças armadas possuem armas de destruição em massa. Os americanos, a julgar pela maneira de falar deles, não têm tal tipo de armamento nem sabiam que o Iraque o tinha durante a guerra deste país, então aliado dos Estados Unidos, contra o Irã. De qualquer modo, esse tipo de equipamento não pode ficar nas mãos de um diabólico qualquer como Saddam, um dos articuladores, junto, imaginem, com os inimigos iranianos, do eixo do mal, obsessivamente mencionado pelo presidente Bush, filho. No máximo, pode ficar sob o controle de caubóis texan...

Lua, júpiter, marte...

Jornal O Estado do Maranhão Escrevem-me alguns leitores. Dizem ter percebido algo estranho em meu artigo do último domingo. É que não havia nenhuma relação do texto com o título. Além disso, este era repetição de outro, “Todos os Santos”, de um artigo meu anterior, de março deste ano, sobre o livro Olhos da alma: Escola Maranhense de Imaginária , de autoria de Kátia Santos Bogéa, Emanuela Sousa Ribeiro e Stella Regina Soares de Brito. No artigo da semana passada, o assunto era diferente. Não era sobre santos, embora falasse do céu. Têm razão os leitores. Eu mesmo fiquei surpreso com o título que não dei. Explico. Um dia desses, eu ouvia uma bela canção popular americana, chamada “Fly me to the Moon”, do compositor Bart Howard. Nela, há o romântico pedido de um namorado a sua amada de irem juntos à Lua, a fim de cantar entre os astros, e a Júpiter e Marte, somente para ver como é a primavera lá. Eu me lembrei, então, dos avanços da humanidade na conquista do espaço sideral. Escrevi sobr...

Júpiter e marte

Jornal O Estado do Maranhão Naqueles dias, fixados mais tarde em nossas memórias como mágicos e inesquecíveis, corríamos à noite para o terraço de nossa casa, para ver uma estrela que cruzava regularmente o céu, sobre nossas cabeças, de um extremo do horizonte a outro. A família toda ia lá uma hora ou outra. Mas somente eu, nos meus nove anos de idade, ficava, depois do jantar, até tarde, esperando pela volta do astro a cada hora e meia, fascinado com aquela visão da incansável andarilha. Ela continuaria seu passeio celeste por seis meses ainda. Era o Sputnik, uma esfera metálica de 84 quilos, o primeiro artefato humano lançado ao espaço, em órbita da Terra. Ninguém poderia chamá-lo por outro nome, diferente desse de estrela. Pelo menos quem o visse correndo brilhante pelos céus como um ser mitológico em sua carruagem de fogo, nas límpidas noites sem nuvens, pontilhadas das outras estrelas. Mas, foi apelidado de satélite artificial, quem sabe por distraída analogia com a Lua. Tornou-se...

Disciplina filipina

Jornal O Estado do Maranhão De louco e técnico de futebol, todo brasileiro tem um pouco. Por essa razão, resolvi meter a colher nessa história da cartilha de bom comportamento da seleção brasileira de futebol que irá à Copa do Mundo deste ano no Japão e na Coréia. O nosso técnico, o simpático e disciplinador coronel Filipão, dono  do estilo os-brutos-também-amam, resolveu estabelecer com esse decreto esportivo, verdadeira Ordenação Filipina dos pampas, regras rigorosas a serem seguidas pelos jogadores. Embora tenha um nome italiano, Filipe Scolari – ou pré-Scolari segundo a turma do humorístico da TV, Casseta e Planeta –, é um verdadeiro alemão quando se trata de manter a disciplina de seus comandados. Escreveu, não leu a cartilha, o pau comeu. Escapadas noturnas, conversas ao celular, atrasos são faltas imperdoáveis. Sexo, nem pensar. Dizem ser ele o primeiro a dar o exemplo de abstinência. Qualquer um, quando surpreendido em pecado, como Romário, é punido com a exclusão do “grupo...

Falsidades

Jornal O Estado do Maranhão Vem da rica e culta Alemanha uma história inusitada. O primeiro-ministro daquele país, Gerhard Schroder, foi “acusado” de pintar seu cabelo, antes supostamente grisalho. Os alemães estão em campanha para eleições gerais. No vale-tudo próprio do período, os partidos de oposição a Schroder, aproveitando-se de uma informação de um desses jornais popularescos, comuns no mundo todo, dizem ser ele tão enganador quanto seus cabelos pintados. Ele não teria sido honesto o suficiente para revelar o trato que dera no cabelo, para simular ser mais jovem do que realmente é. Se ele engana com o cabelo, enganará também com o dinheiro público, parece ser o raciocínio alemão. É como se o sujeito que pinta o cabelo não passase de um vulgar estelionatário, pelo uso de uma imagem falsa. O primeiro-ministro reagiu imediatamente e processou, ou ameaça processar, o jornal que deu a informação, esta sim falsa, segundo ele. Isso me faz lembrar a primeira candidatura de Richard Nixon...

Transparência

Jornal O Estado do Maranhão O fim de um governo é sempre ocasião para avaliações, embora provisórias. Em definitivo, elas somente são feitas, com justiça, depois de o calor da hora e as paixões dos interesses imediatos serem apagados pelo tempo. Mas, certamente cada um pode dar seu testemunho, que poderá constar dos autos da história a ser escrita pelos historiadores do futuro. É isso que hoje quero fazer. Não podendo fazê-lo, no entanto, sobre todos os aspectos dos mais de sete anos dos dois mandatos sucessivos da governadora Roseana Sarney, pois para isso seria necessário escrever um livro de muitas páginas, examino, apenas, um deles, por conhecê-lo de perto. Falo da transparência com que ela revestiu sua administração desde o primeiro dia de governo. Cito alguns exemplos. O primeiro é o da Comissão Permanente de Licitação – CPL, criada logo no início do primeiro mandato da governadora. Desde então, tem sido dirigida pelo Dr. Francisco Batista, homem conhecido por sua honestidade e r...

Opiniões

Jornal O Estado do Maranhão Alguns juízes dos tribunais superiores brasileiros deram ultimamente para emitir de público opiniões sobre os assuntos polêmicos de interesse da sociedade, discutidos através da mídia. É evidente ninguém ter a pretensão de que eles não devam ter opinião. Não se trata disso. Porém, ao agir dessa forma, eles podem, involuntariamente, dar a impressão de pré-julgarem ações que, eventualmente, possam ser levadas a sua apreciação. Não sou advogado nem entendo em profundidade de leis, mas sempre ouvi meus amigos especialistas em direito enfatizarem a necessidade de um juiz só dar sua opinião nos autos do processo. Se não há, ainda, processo, recomenda a prudência um comportamento igual em situações tendentes a gerá-los. Em vista da inconstância das opiniões humanas, é uma atitude ajuizada, pois quem garante que a interpretação dada hoje, no calor do momento, sob o foco quente dos holofotes da mídia, sob a emoção enganosa de se ver sua opinião noticiada em cadeia na...