21 de janeiro de 2018

Nota baixa

Jornal O Estado do Maranhão

Volto a Temer, o homem responsável por tirar o Brasil do buraco profundo onde o país caiu, empurrado pelas costas por Dilma Roussef e o PT. Tivesse seguido adiante o governo nefasto, estaríamos como, agora? Com inflação alta e crescente, com milhares de novos desempregados, a serem somados aos milhões criados antes; com recessão aprofundada pelas sucessivas quedas do PIB; com a imprensa ameaçada; e muito mais.

Mas não quero perder tempo com o desastre histórico. Quero falar do rebaixamento da nota de risco do Brasil, por agência internacional de avaliação sobre risco futuro de insolvência de países, por ela vislumbrar muitas dificuldades na aprovação da reforma da Previdência.

O presidente Temer tem seu nome associado, em todo o Brasil, à reforma da Previdência. É fato público e notório. Os recém-nascidos, antes da primeira inalação do ar de nosso planeta, perguntam preocupados: “Já resolveram o problema da Previdência? Temer conseguiu? Estou preocupado com meu futuro.” Muitos, em contraste, antes da inalação final, pedem, ainda lúcidos e lutando pela preservação da espécie brasileira: “Aprovem as mudanças, por favor. O futuro está ameaçado. Não é por Temer, é por nossos netos”. Vá, caro leitor, a um estádio de futebol em dia de Sampaio x Flamengo. “Reforma”, “Previdência” e “Temer” serão palavras ouvidas a toda hora. Elas são pronunciadas sempre juntinhas, em tom de aprovação ou de reprovação.

Muitos procuradores e juízes – não todos, claro – também conhecem o casamento de Temer com a reforma, pois, a toda hora, criam embaraços artificiais ao seu andamento; especialistas, da mesma forma, com destaque para os de araque e de má-fé, da grande imprensa, esta com mais comunistas do que a China inteira, eu já disse isto antes; o pipoqueiro do bairro, o vendedor de balão do Espigão Costeiro de São Luís, o motorista de ônibus, o caminhoneiro; os anjos celestiais estão todos cansados de saber. Em resumo, já ouviu falar nesse caso de amor toda a população brasileira e mais um argentino.

De repente, algo inusitado surge, mesmo para os padrões brasileiros. O homem capaz de enfrentar poderosos lobbies do funcionalismo público é o mesmo que “fora da agenda” e “na calada da noite”, se reúne com os inimigos a fim de tramar contra, adivinhem o quê? A reforma! E, no Palácio do Jaburu, tome orgias a noite inteira, com muito uísque e drogas. Pelo menos, isso parece acontecer, como se deduz das opiniões empertigadas de especialistas do tipo acima mencionado, de analistas do nada e de opositores de todo tipo à reforma.

É repugnante o esforço feito por gente como essa, com o fim de lançar sobre Temer, como fazem, a culpa por não se fazer a reforma e por o Brasil ter tido, por conseguinte, sua nota diminuída. Quando ele negocia, dizem “cedeu”, como se isso fosse uma derrota. Aí começa o noticiário do tipo “o governo não tem os votos”, como se a culpa fosse dele. Neste caso, quem não tem os votos é o Brasil.

O certo é que a nota baixa não tem pai, mãe, padrinho, avós, bisavós. Amanhã, se a reforma for aprovada, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que vive lançando declarações pessimistas sobre a aprovação da medida, se candidatará a ser seu pai por inseminação artificial.

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