Violência brasileira

Jornal O Estado do Maranhão

          O Brasil, antes considerado pacífico, é visto hoje como violento, tendo cidades com estatísticas de homicídio bastante elevadas relativamente às de outros países, segundo a ONG Seguridad, Justicia e Paz, do México. Em São Luís, por exemplo, a taxa é de 53 homicídios por 100.000 habitantes. Nossa capital fica em 21º lugar, no mundo todo, nessa triste classificação. Em comparação, em Tijuana, no México, mundialmente famosa pela violência, a mesma taxa é de 39/100.000. No outro extremo, São Paulo – mais de 10 vezes maior do que São Luís, sendo a capital de Estado menos violenta do nosso país, apesar de informações distorcidas dada sobre ela pelos grandes órgãos de imprensa de lá (eles não citam estatísticas comparativas) –, tem uma taxa de homicídio de menos de 10/100.000.
          Qual a causa de a violência ter crescido tanto no Brasil? O discurso politicamente correto, difundido, principalmente, pelo esquerdismo babaca e boboca, afirma que são as desigualdades socioeconômicas as responsáveis pelo problema. Os pobres – as pessoas pertencentes às classes de renda mais baixa –, revoltados com as disparidades geradas pelo capitalismo malvado, teriam, justificadamente, segundo eles, tomado a justiça nas próprias mãos, assaltando, matando e roubando. Assim, fazem justiça social. Quem tem mais, tem de ser desapropriado de seus bens, para dar aos pobres, amenizando, dessa forma, a má distribuição de renda. Em outras palavras, a ética da responsabilidade é trocada pela ética da irresponsabilidade. Ninguém é mais responsável por suas próprias ações. Se um “dimenor” entrar num ônibus, roubar os passageiros e, de quebra, matar um ou dois, a culpa é do sistema (capitalista, está implícito), não dele. Se matar a mãe, então aí mesmo é que não tem culpa de nada.
          Ora, uma coisa fica bem clara em tal visão: o preconceito contra os pobres. Então, só porque pobre, o sujeito sai atacando as pessoas por aí? Mas não é só isso. Há diversos países com desigualdades maiores do que a nossa, mas com taxas de homicídios muito baixas comparadas à daqui. A Índia é um exemplo. O discurso da vitimização é incentivo ao aumento do crime.
          Há outros fatores que explicam também o fenômeno: a ineficiência da justiça e a demonização das polícias. O sistema judiciário brasileiro ainda não cria no criminoso, rico ou pobre, a certeza da punição, levando-o, por cálculo de custo/benefício, mesmo intuitivo, a arriscar-se no cometimento de crimes. As polícias, demonizadas, agem timidamente na repressão a manifestações de rua feitas por grupos dispostos a destruírem patrimônios públicos e privados, como se tem visto, com medo de punições posteriores. Financiados e incentivados pelo PT e seus asseclas, esses movimentos são outro aspecto da criminalidade criada pelo discurso politicamente correto.
          Recentemente, Reinaldo Azevedo lembrou confronto ocorrido em março de 1968 entre Black Blocks e a polícia em Roma. Sobre o episódio, disse Pier Paolo Pasolini, homem de esquerda, mas culto: “Ontem, quando vocês lutavam com os policiais em Valle Giulia, eu me identificava com os policiais. Porque os policiais são filhos de gente pobre […].” Os imbecis daqui não sabem disso.

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