3 de julho de 2016

Reino encantado

Jornal o Estado do Maranhão

          Eu acho fascinante a relação de sogras com genros e, em especial, com noras. Eu falei uma vez, já faz oito anos, aqui neste espaço, sobre o famoso caso do então governador do Ceará, Cid Gomes. Ele, para alegria de sua querida sogra (ela, àquela altura, dava impressão de ser quase mais jovem do que a filha), fretou um jatinho executivo, com recursos do Estado governado por ele, o Ceará, e a levou e toda a família a um passeio pela Europa e Estados Unidos. Ele poderia, de fato, ser considerado o genro do ano, se fizessem concurso desse tipo, naquela época, naquele Estado. Ele desmentiu o mito de as sogras não serem amadas pelos maridos e mulheres das filhas e filhos.
          Tem mais. Quantos genros teriam a coragem de Cid de proclamar ao mundo seu amor por um ser tão vilipendiado como a sogra? Pois ele fez isso. Não é de emocionar, não nos faz pensar em como o ser humano é bom? Homem tido como esquentado, desses de não aceitar desaforo, de meter o dedo na cara dos adversários, de chamar para briga “lá fora”, como seu irmão Ciro, eterno candidato a presidente da República, ele se derrete todo (pelo menos, na época se derretia) quando o assunto é a mãe de sua mulher.
          Agora fui atraído por notícia sobre sogra e nora. Mas, sob outro ângulo, outro ponto de vista. A atriz Débora Secco que, segundo todos os indícios, anda esses dias com a cabeça nas nuvens, porque encontrou o que ela mesma chama seu príncipe encantado, acaba de revelar o segredo de como encontrar tal ser e faz questão de fornecer o segredo a todas as potenciais rivais. Ela se arrisca, pois, sem querer ser cético sobre o amor, sem nele desacreditar, alerto sobre o fato de encantos poderem acabar um dia e o príncipe querer se mandar. Se, então, ela desejar encontrar um novo amor, vai topar com sua fórmula já no domínio público. Isso, evidentemente, diminuirá suas chances nessa eterna competição por encantados. Contudo, ela foi em frente e deu a dica: prestem atenção, meninas, na maneira dele tratar a própria mãe, fiquem atentas. Se o tratamento for bom, vale a pena investir no cara. É pista infalível.
          “Sempre falei do príncipe encantado, e todo mundo ria de mim. Hoje consegui e sou uma pessoa muito feliz. Ele é um homem de raízes, trata a mãe dele muito bem.”
          Aí está. Se ele trata a mãe bem, tratará da mesma forma a futura esposa. Não tem erro. Sabem quem deu o conselho a Débora, fonte de tanta felicidade para ela? Sua própria mãe. Isso mesmo, a sogra de Hugo Moura, o príncipe encantado com quem ela se casou ou passou a morar, não estou certo. Atualmente ela está grávida dele e terá, em poucos meses, uma linda menina, Maria Flor. Será este nome merecida homenagem à mãe de Hugo, mulher que é verdadeira flor de pessoa?
          Uma coisa não entendi. Por que ele é “de raízes”? É porque tem suas origens aqui no Brasil, fincadas no solo pátrio? Ou essa característica vem de ele ser homem de princípios, como se vê do tratamento dado a sua mãe? Ou será porque seu amor tem princípio, mas não tem fim, é eterno?
          Não sei. Só sei que, hoje, Débora, como uma princesa, se sente feliz com seu príncipe.

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