Dinastia democrática e popular
Jornal O Estado do Maranhão
Foi de imenso pesar minha reação à notícia da morte recente do grandioso, magnânimo, iluminado, genial, astuto como Chapolin Colorado e o mais amoroso dos amantes, o camarada Kim Jong-il, guia genial do povo norte-coreano. A obra do amado comandante supremo de incontáveis vitórias continuará eternamente na lembrança dos povos progressistas. Enquanto a Coreia do Sul, engolfada por sucessivas crises do capitalismo, sistema econômico às portas da crise final e destinado ao desaparecimento da face da Terra, conforme as previsões dos mais abalizados analistas anti-imperialistas desde 1917, enquanto a Coreia do Sul, como eu ia dizendo, mas me deixei levar pela tristeza deste momento, afunda inexoravelmente na pobreza, a prosperidade internacionalista do norte é admirada em todo o mundo, menos, é claro, nos países dominados por burguesias adeptas do neoliberalismo repressor e explorador bem como da especulação financeira prejudicial ao povo popular e heroico.
Como já informado pela imprensa livre da Coreia do Norte, no momento do nascimento do precocemente falecido líder, numa cabana no Monte Paektu, perto da fronteira com a China que, apesar de nossa amiga, se vendeu ao capitalismo decadente, uma andorinha foi vista no céu, sinalizando uma primavera precoce, e um arco-íris duplo apareceu de repente. À noite, uma estrela de luz extraordinária surgiu no céu. Agora, na hora de sua morte, um lago congelado rachou tão ruidosamente que pareceu sacudir os céus e a Terra e um misterioso brilho foi visto em uma montanha sagrada. Os céus o reverenciaram no começo e fim da vida.
Esse chefe inigualável, Kim Jong-il, morto na semana passada, mas imortal nos corações de seus compatriotas e proletários do mundo inteiro, pertence a uma família de força moral insuperável e capacidade de inovação sem precedentes. Foi de seu pai, Kim Jong-sung-a, inquestionável condutor dos povos, a ideia, sequer cogitada antes por um único ser humano, mas por ele formulada e colocada em prática, de estabelecer democraticamente uma dinastia comuno-socialista na Coreia do Norte, com uma pequena ajuda de seu exército. Quantos, sem a inteligência assombrosa do fundador, pensariam nisso? Ninguém, evidentemente.
De saco cheio de dinastias burguesas, tais como as da Europa, em especial a da Grã-Bretanha, reconhecidamente opressora de seu próprio povo e promotora de guerras contra povos pacíficos, ele decidiu instituir a dinastia Kim Jil-ber-to jil (tenho a impressão de que começo a misturar os nomes desse pessoal), essa, sim, verdadeiramente democrática, popular e revolucionária. Para evitar a anarquia de eleições, ele tomou sábia decisão: em vez de cada eleitor puxar numa direção, teria de haver um eleitor tão só, ele mesmo. Assim, tudo ficou mais barato e apurar o resultado não deu mais tanto trabalho. Isso prova sua generosidade e sabedoria, pois, mesmo sabendo quem ia ganhar a eleição, ele fazia questão de realizá-la, quando um ditador burguês qualquer se declararia eleito logo. Dessa forma, a paz e a tranquilidade da verdadeira nação coreana (não a falsa nação do sul) foram preservadas. E ai de quem discordar. Terá de ser reeducado no interior do país por mestres especializados do Partido.
Como governante bondoso, ele decidiu não executar os vermes oposicionistas sem antes levar esses criminosos, capitalistas insensíveis, a julgamento em que eles deveriam confessar seus crimes contra a humanidade proletária e socialista representada por seu governo. Esses traidores eram agentes inimigos a soldo de Washington, infiltrados na pátria autêntica da liberdade.
Agora teremos Kim III (Kim Jong-un-dois-três), jovem de menos de 30 anos, filho de Kim Jong-il. Mesmo a nojenta mídia golpista internacional (a norte-coreana, propriedade do povo, é 100% a favor do governo), não escondeu sua admiração pelas eloquentes palavras do novo soberano, o terceiro da dinastia: “Agora, quem manda sou eu, não o moleirão do meu pai. Comigo, escreveu não leu, o pau comeu. Dúvidas, meus queridos?”
Longa vida a Kim III. Que eterna seja sua dinastia.
Como já informado pela imprensa livre da Coreia do Norte, no momento do nascimento do precocemente falecido líder, numa cabana no Monte Paektu, perto da fronteira com a China que, apesar de nossa amiga, se vendeu ao capitalismo decadente, uma andorinha foi vista no céu, sinalizando uma primavera precoce, e um arco-íris duplo apareceu de repente. À noite, uma estrela de luz extraordinária surgiu no céu. Agora, na hora de sua morte, um lago congelado rachou tão ruidosamente que pareceu sacudir os céus e a Terra e um misterioso brilho foi visto em uma montanha sagrada. Os céus o reverenciaram no começo e fim da vida.
Esse chefe inigualável, Kim Jong-il, morto na semana passada, mas imortal nos corações de seus compatriotas e proletários do mundo inteiro, pertence a uma família de força moral insuperável e capacidade de inovação sem precedentes. Foi de seu pai, Kim Jong-sung-a, inquestionável condutor dos povos, a ideia, sequer cogitada antes por um único ser humano, mas por ele formulada e colocada em prática, de estabelecer democraticamente uma dinastia comuno-socialista na Coreia do Norte, com uma pequena ajuda de seu exército. Quantos, sem a inteligência assombrosa do fundador, pensariam nisso? Ninguém, evidentemente.
De saco cheio de dinastias burguesas, tais como as da Europa, em especial a da Grã-Bretanha, reconhecidamente opressora de seu próprio povo e promotora de guerras contra povos pacíficos, ele decidiu instituir a dinastia Kim Jil-ber-to jil (tenho a impressão de que começo a misturar os nomes desse pessoal), essa, sim, verdadeiramente democrática, popular e revolucionária. Para evitar a anarquia de eleições, ele tomou sábia decisão: em vez de cada eleitor puxar numa direção, teria de haver um eleitor tão só, ele mesmo. Assim, tudo ficou mais barato e apurar o resultado não deu mais tanto trabalho. Isso prova sua generosidade e sabedoria, pois, mesmo sabendo quem ia ganhar a eleição, ele fazia questão de realizá-la, quando um ditador burguês qualquer se declararia eleito logo. Dessa forma, a paz e a tranquilidade da verdadeira nação coreana (não a falsa nação do sul) foram preservadas. E ai de quem discordar. Terá de ser reeducado no interior do país por mestres especializados do Partido.
Como governante bondoso, ele decidiu não executar os vermes oposicionistas sem antes levar esses criminosos, capitalistas insensíveis, a julgamento em que eles deveriam confessar seus crimes contra a humanidade proletária e socialista representada por seu governo. Esses traidores eram agentes inimigos a soldo de Washington, infiltrados na pátria autêntica da liberdade.
Agora teremos Kim III (Kim Jong-un-dois-três), jovem de menos de 30 anos, filho de Kim Jong-il. Mesmo a nojenta mídia golpista internacional (a norte-coreana, propriedade do povo, é 100% a favor do governo), não escondeu sua admiração pelas eloquentes palavras do novo soberano, o terceiro da dinastia: “Agora, quem manda sou eu, não o moleirão do meu pai. Comigo, escreveu não leu, o pau comeu. Dúvidas, meus queridos?”
Longa vida a Kim III. Que eterna seja sua dinastia.
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