Jornal o Estado do Maranhão , 30/5/2010 A imprensa deu notícia há poucos dias de um caso terrível. Em Curitiba um homem ficou preso durante um ano e dois meses, mesmo depois de inocentado da acusação de assalto a uma residência. Os policiais suspeitaram dele apenas porque os verdadeiros assaltantes moravam no mesmo bairro do inocente. O pobre pizzaiolo afirmou que vai processar o governo do Paraná por sua prisão. A prevalecer essa ideia de moradores da vizinhança de bandidos também o serem necessariamente, teríamos de criar bairros exclusivos de marginais, a fim de evitar que as pessoas honestas fossem com eles confundidas. Agora outro caso, mais terrível ainda. Na época do Estado Novo, em 1937, na cidade de Araguari, em Minas Gerais, um homem, Benedito Pereira Caetano, enganou seus dois sócios e primos e fugiu com toda a receita resultante da venda da safra de arroz pertencente aos três. Os enganados, os irmãos Joaquim e Sebastião Naves, denunciaram o ladrão à polícia e acabaram pas...
Dou ao leitor o currículo, verdadeira lira dos anjos (de Álvares de Azevedo), do deputado Arthur Lira, inventor do Orçamento Público Secreto, pelo qual, provavelmente, bilhões de reais arrecadados diretamente do bolso dos contribuintes, foram gastos, ninguém sabe em quê, onde, por quem e em qual quantidade. Ele fez carreira na política alagoana e na nacional, chegando a presidente de uma das Casas do Congresso, a Câmara dos Deputados, por ele presidida atualmente. Passeou pela maioria dos partidos políticos de orientações ideológicas que se estendem por todo o espectro ideológico, da esquerda à direita, prova da baderna do vigente sistema político nacional. Elegeu-se a todos os cargos do Legislativo brasileiro, nas esferas municipal (vereador), estadual (deputado estadual) e federal (deputado federal), com exceção do de senador da República. Foi líder do Partido Progressista na Câmara de 2012 a 2013 e considerado um dos principais aliados de Eduardo Cunha . Depois foi i...
Muitos antes de tornar-se presidente da República, quando ainda era membro do baixo clero do Congresso Nacional, perguntaram a Jair Bolsonaro, no programa Câmara Aberta, se ele fecharia o Congresso Nacional, caso fosse eleito, um dia, no futuro distante, presidente do Brasil. A resposta veio rápida: “Não há [a] menor dúvida, daria golpe no mesmo dia! Não funciona! E tenho certeza de que pelo menos 90% da população ia fazer festa, ia bater palma, porque não funciona”. Em outra ocasião, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, ele se saiu com esta reflexão filosófica: “Sou a favor sim de uma ditadura, de um regime de exceção, desde que esse Congresso Nacional dê mais um passo rumo ao abismo, que no meu entender está muito próximo”. A referência a ditadura, me traz à lembrança a avaliação, por ele feita, sobre o pau-de-arara, instrumento de tortura, usado fartamente pelas polícias civis de todo o país e por forças de repressão a movimentos políticos legítimos, em regimes...
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