Ewerton na AML



Jornal O Estado do Maranhão

A semana entrante verá a posse de José Ribamar Ewerton Neto na Academia Maranhense de Letras, cadeira 11, anteriormente ocupada pelo poeta Manoel Caetano Bandeira de Mello. A solenidade terá início às 20 horas do dia 24, sexta-feira, na sede da Academia na rua da Paz.
Quem é Ewerton? Nascido no município de Guimarães, ele cursou dois anos de Engenharia Civil, mas não se diplomou, fazendo-o, todavia, em Engenharia Metalúrgica, pela Universidade Federal Fluminense, em 1976. Trabalhou como engenheiro de Alto Forno, na Cia Siderúrgica Nacional, na Cia Siderúrgica Belgo-Mineira em Minas Gerais, nesta na função de engenheiro assistente da Divisão de Refratários. Transferiu-se para a Usina Siderúrgica da Bahia. Lá foi Chefe de Divisão de Forno Elétrico. Em junho, de 1988 retornou a São Luis, quando passou a trabalhar na ALUMAR, onde permaneceu até 2006, ano de sua aposentadoria. Nessa empresa, foi engenheiro de processo, até encerrar suas atividades, ocupando o cargo de Consultor de Engenharia de Processo e Qualidade.
Mas, então, a Academia pode ter em seus quadros engenheiros, homens ligados às ciências exatas? Pode, se forem também bons escritores, homens de cultura, candidatem-se e obtenham o número de votos exigidos para sua eleição. É este exatamente o caso da Ewerton. Vejamos.
Em 1979 ele publicou seu primeiro livro Estátua da Noite, de poesias. Em 1993 teve seu romance O Prazer de matar premiado pelo Sioge, livro reeditado em 1999 pela editora Revan, com o título de O oficio de matar, resenhado por importantes cadernos e revistas de cultura, como o "Caderno Prosa e Verso", de O Globo, "Caderno Idéias", do Jornal do Brasil, revista Bravo e outros.
Em 1994 sua novela A ânsia do prazer foi premiada pela Fundação Cultural da Prefeitura de São Luís – FUNC. Em 1995 seu livro Cidade aritmética, de poesias, foi premiado no Concurso Gonçalves Dias. Em 1996 sua novela infanto-juvenil O menino que via o Além foi premiada pela FUNC e, em 2001, reeditada pela Escrituras de São Paulo, sendo considerada altamente recomendável para leitura pela seleção anual da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil. A obra foi, ainda, adquirida em 2008, em terceira edição de dez mil exemplares, pela Secretaria de Educação de Belo Horizonte com o fim de compor o acervo das bibliotecas das escolas e servir de suporte curricular.
Em 1998 teve publicado o livro de contos A morte dos Mamonas Assassinas e outros contos, premiado no concurso da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, SECMA. Em julho de 2000 foi vencedor do prêmio literário Marianela Vasconcelos, pelo conjunto de poesias, promovido pelo Concelho Municipal de Sever do Vouga, Portugal. Em 2007 classificou-se em segundo lugar no concurso da SECMA, com o romance O infinito em minhas mãos. Em 2007 classificou-se em primeiro lugar em concurso da FUNC, com o livro de contos Ei, você conhece Alexander Guaracy? lançado na II Feira de Livros de São Luís.
Eis a opinião de Antônio Torres, consagrado escritor brasileiro, autor do romance Pelo fundo da agulha: "Ewerton, acabo de ler o seu Ei, você conhece Alexandre Guaracy? – sem pestanejar.  Os três contos têm um nível de tensão desconcertante. A noveleta que dá título ao volume tem o fôlego de O capote, de Gogol, e às vezes ressoa kafkiana. Há nela também um toque de teatro do absurdo, pelo nonsense da trama, reveladora de uma realidade incontornavelmente fora de foco. E o seu descentrado personagem é tão simbólico quanto real".
Em resumo, Ewerton é um dos mais premiados ficcionistas maranhense entre os militantes aqui. Possuidor de espírito acadêmico, de fácil e harmoniosa convivência, original e talentoso artesão de seu ofício, ele honrará as tradições da nossa Casa.
Boas-vindas ao novo acadêmico.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vida kafkiana

Lira de um anjo

Camarilha dos qautro