14 de dezembro de 2008

Livros e Livros

Jornal O Estado do Maranhão

Depois da marcante noite do lançamento, em parceria com a Uema, de doze livros dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, na terça-feira da semana passada, dia 9, tivemos dois dias depois, na quinta-feira, dia 11, erudita, concorrida, emocionante e emocionada palestra do acadêmico Alberto Tavares Vieira da Silva, no encerramento do ciclo de palestras do Centenário. Ele confirmou seu conceito de grande conhecedor da obra do Padre Antônio Vieira e de palestrante seguro, com pleno domínio dos assuntos de que trata. O ciclo começou com o embaixador Vasco Mariz. Ele discorreu, ainda no início do ano, sobre a fundação de São Luís. A seguir a professora Andréa Daher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez uma apresentação acerca das missões religiosas francesas e portuguesas no Maranhão, nos primórdios da colonização, comparando o trabalho das duas sob o ponto de vista do discurso sobre a catequese. Depois, Marco Lucchesi, poeta, ensaísta e tradutor de renome nacional (atualmente ele é curador da Exposição Machado de Assis, da Biblioteca Nacional), falou sobre a poesia de Dante. Sebastião Moreira Duarte, em sua palestra, teve como tema Sousândrade. Em agosto, mês da fundação da Academia, José Sarney, em noite memorável, que contou com as presenças do presidente da Academia Brasileira de Letras, Cícero Sandroni, e do ex-presidente, Marcos Vilaça, falou sobre a história da Casa e prestou homenagem aos fundadores. Ivan Junqueira, também da ABL, fez uma apresentação sobre Gonçalves Dias. Alberto Vieira da Silva fechou a série. Outro encerramento verão os presentes à Academia nesta terça-feira, dia 16, às 19 horas. Para fechar as homenagens aos 100 anos de fundação da Casa de Antônio Lobo, dois acadêmicos completam a série de lançamentos que teve início nos primeiros meses do ano. Um será do livro Portugal (Discurso em versos), do poeta José Chagas. De seus inúmeros inéditos, ele resolveu editar este que é uma homenagem a Portugal. Inédito no sentido de ainda sem edição, mas não desconhecido, porque o poema Portugal foi recitado pelo próprio poeta na noite do Dia de Camões, no ano de 1997, na AML. Dispenso-me de comentar as qualidades literárias da obra. Eu já as indiquei ao informar que é de José Chagas. Basta isso. Digo apenas que são linhas de referência nesse livro o mar e mais Camões, Vieira e Fernando Pessoa (“a trindade ideal”). Na mesma noite, Waldemiro Viana, ocupante da Cadeira No 2, cujo patrono é Aluísio Azevedo, apresentará ao público o seu Passarela do Centenário & outros perfis. Ele, com tradição literária na família, pois é filho de Fernando Viana, que pertenceu à Academia, tomou seu pai como inspiração e mais especificamente o livro de Fernando chamado Passarela & outros perfis e escreveu esta nova Passarela, em que traça em sonetos bem humorados o perfil de seus companheiros na Casa de Antônio Lobo, onde, por sinal, há unanimidade no reconhecimento de Waldemiro como pessoa afável, de permanente bom humor, refletido nos sonetos, e de agradável convivência. Aliás, ele é um ficcionista de reconhecidos méritos e tem dado importante contribuição ao conto e ao romance maranhenses. A série começou com o Evangelho dos peixes para a ceia de Aquário, de Luís Augusto Cassas, e continuamos com Memória de Ulisses e Meridiano celeste, de Marco Lucchesi, Juízes de fora e ouvidores gerais, de Milson Coutinho, Surrealismo & loucura e outros ensaios, de Ceres Costa Fernandes e estes dois de agora. Mais ainda, a Academia publicou o Maranhão 1908, reprodução fotográfica, em edição de luxo, de álbum de fotografia de Gaudêncio Cunha, com apoio da Vale, e, também, os doze livros dos fundadores. Chagas e Waldemiro adicionam brilho ao o rico conjunto de obras publicadas no Centenário.

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